top of page

Resultados dos Presentes Solidários 2012

 

A e-NCONTROS (newsletter da FEC - Fundação Fé e Cooperação) congregou três vozes da última edição dos Presentes Solidários. Emanuel Oliveira Soeiro, Teresa Paiva Couceiro e José Diogo Quintela estiveram, no último Natal, empenhados na Campanha Presentes Solidários. Na sede da FEC, nos escritórios da Fundação Gonçalo da Silveira e no Jardim da Estrela, ouvimos três perspetivas da Campanha, que aqui juntamos virtualmente na mesma mesa. Emanuel é gestor de comunicação da FEC e coordenador da Campanha Presentes Solidários. Teresa é Presidente da Direcção da Fundação Gonçalo da Silveira, ONGD parceira do presente XL para Moçambique, Bicicletas. E Zé Diogo, humorista de profissão, é um dos 15 padrinhos solidários da edição de 2012.

 

 

 

Fique a conhecer, nesta mesa redonda virtual da e-NCONTROS, os bastidores dos Presentes Solidários, os resultados do último Natal e o balanço de sete anos de campanha.

 

e-NCONTROS - Em que medida é importante para a FEC promover esta campanha todos os anos?

 

Emanuel Oliveira Soeiro (EOS) - Esta é uma campanha que traduz a missão da FEC. Sendo uma campanha de angariação de fundos, ela é também um instrumento precioso de divulgação e de promoção de um desenvolvimento global justo e fraterno. Traduz de forma muito prática a necessidade de envolvermos toda a comunidade na procura da justiça e da igualdade de oportunidades.

 

e-NCONTROS - Esta é uma campanha conjunta que envolve projetos de outras Organizações. Pode explicar-nos como se processa esse envolvimento?

 

EOS - Todos os anos, durante o primeiro trimestre, a FEC lança o desafio a todas as Organizações que fazem parte da sua Rede de Voluntariado Missionário e também a todas as congregações missionárias, para proporem ideias para o catálogo de presentes do Natal desse ano. Desta forma, procuramos traduzir as necessidades muito reais e concretas das comunidades onde estas entidades trabalham. Fazemos, assim, um esforço de irmos ao encontro das reais necessidades do terreno, através deste diálogo com aqueles que diariamente trabalham e conhecem verdadeiramente estas comunidades.

 

e-NCONTROS – Teresa Paiva Couceiro é representante de uma das 50 organizações apoiadas nos últimos sete anos. O que levou a Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) a candidatar-se à campanha Presentes Solidários?

 

Teresa Paiva Couceiro (TPC) - A FGS (ONGD Jesuíta) decidiu candidatar-se à campanha Presentes Solidários 2012 pela necessidade identificada de bens específicos, nomeadamente de bicicletas, em oito comunidades onde os Jesuítas atuam, no distrito da Beira, em Moçambique. Conhecendo e acompanhando esta campanha desde o seu início, quisemos fazer parte desta grande oportunidade de dirigir a solidariedade dos seus apoiantes para o colmatar da falta de condições de acessibilidade das comunidades que receberão as bicicletas conseguidas. As boas relações de trabalho e de parceria, bem como a confiança na FEC e partilha de uma mesma visão de desenvolvimento, também foi decisivo para o nosso envolvimento nesta campanha. (…) Com o apoio da FEC, tornou-se possível proporcionar um meio de transporte aos agricultores e pescadores para venderem os seus produtos nos mercados mais próximos e, assim, aumentar a sua capacidade de criar rendimentos próprios e, consequentemente, melhorarem as suas condições de vida, com reflexos nas suas comunidades.

 

e-NCONTROS - Ficaram satisfeitos com o número de bicicletas oferecidas?

 

TPC - Ficámos muito satisfeitos por termos atingido o objetivo a que nos propusemos inicialmente de destinar quatro bicicletas a cada uma das Associações nas comunidades da zona rural de Nhangau. Face aos excelentes resultados da campanha deste ano, podemos também entregar bicicletas suficientes para a melhor condução do apoio dado pelos próprios Jesuítas e pelos voluntários que colaboram com os projetos de desenvolvimento em curso.

 

E-NCONTROS – Emanuel, na sua opinião, os portugueses são solidários?

 

EOS - Os portugueses sempre deram provas da sua solidariedade. Mesmo em períodos de maior restrição financeira, como aquele que agora vivemos, os portugueses nunca deixaram de manifestar a sua generosidade. Na edição deste ano, algumas pessoas que habitualmente participam nesta iniciativa, informaram-nos que desta vez não podiam participar mas manifestaram a sua total disponibilidade para divulgarem a campanha pela sua rede de contactos, o que também é um gesto de grande disponibilidade e de compromisso para com esta iniciativa.

 

e-NCONTROS – Foi em 2010 que o José Diogo aceitou o convite da FEC para apadrinhar os Presentes Solidários. Esta campanha aproxima dois mundos muito distantes?

 

José Diogo Quintela (JDQ) - Sim, os Presentes Solidários são uma janela para quem vive em Portugal se poder aproximar da realidade de quem vive em países onde o significado de carência é completamente diferente. Não digo que não haja carências em Portugal. Hoje sabemos que até há muita! Mas, a carência que existe na Guiné é a outro nível, um nível mais profundo e mais grave. Bem sei que isto não serve de compensação. Isto é, por nós estarmos aqui e sabermos que alguém está pior não nos faz sentir melhor, mas ajuda a pôr em perspetiva o verdadeiro significado de carência.

 

e-NCONTROS - O que pensa desta campanha?

 

JDQ - Este trabalho é inacreditável, porque continua ao longo dos anos a ser feito da mesma forma profissional. Apesar de estarmos a falar de solidariedade, o profissionalismo ajuda certamente a obter melhores resultados e a chegar a mais gente. E a forma como não desistem numa altura em que é mais difícil obter resultados com ações deste tipo. A FEC mantém-se, não desiste!

 

e-NCONTROS – Teresa, pensam voltar a concorrer com mais algum projeto?

 

TPC - A boa condução da campanha, os resultados positivos atingidos e outras necessidades sentidas pelas populações com as quais atuamos em prol do seu desenvolvimento integrado, levam-nos a crer que voltaremos a concorrer numa próxima edição da campanha.

 

e-NCONTROS – Emanuel, o que gostaria de dizer às pessoas que participaram na campanha?

 

EOS - A primeira palavra será sempre de gratidão. Em 2012, foram mais de 500 pessoas a participarem nesta campanha o que não deixa de ser surpreendente! Acima de tudo, fazem-nos acreditar que o desenvolvimento global justo e fraterno que esta campanha promove, é uma meta ao nosso alcance. O pouco ou o muito que cada um puder dar para alcançar esta meta, será sempre algo muito precioso e que nos faz trabalhar cada vez para alcançar um objetivo tão essencial.

 

bottom of page